segunda-feira, 12 de novembro de 2007

A Saga da Ucraniana - Episódio 4

Venho por este meio apresentar as mais sinceras condolências a todas as ucranianas que por motivos alheios chegaram ao fim da estrada neste país. Dito isto, vou então partilhar com vocês este espisódio acontecido por volta das cinco da manhã num qualquer jardim carregado de bichas para os lados do Bairro Alto.
Ao contrário do que vocês possam pensar, o resumido campo lexical dos ucranianos sempre esteve em constante confronto com o nosso português calão. Na verdade quando pronunciada uma certa e determinada palavra calão portuguesa na presença deste espécime, ocorre no próprio uma descarga de pensamentos colaterais sob os quais o sujeito se acaba por enredar num proto-delírio.
E foi mais ou menos isso que aconteceu. Após pronunciada para o ar, sem destino, a palavra ''cona'' surgiu das brumas um destes espécimes feminino. A falta de compreensão idiomática de ambas as partes levou a que o espécime feminino adoptasse uma postura muito popular em sociedades sub-desenvolvidas.
Nisto apareceu um espécime masculino que rapidamente agarrou o espécime feminino (ainda a espernear-se e a mandar insultos incompreensíveis para o ar).
Situação aparentemente controlada. Certo?
Acontece que o ser humano possui uma série de características que até a ele mesmo transcendem (como a da estupidez). Desta forma e talvez devido a um qualquer ataque inconsolável de protecção, o meu companheiro (acabado de chegar neste preciso momento) decidiu por bem, mandar umas quantas caralhadas misturadas com umas ameaças e uma pitada de agressividade.
Atitude resplandecente de inteligência, não haja dúvida alguma.
Dito isto o espécime masculino correu em direcção ao meu companheiro iluminado ao qual espetou três socos, daqueles mesmo à Chuck Norris.
Na verdade, e com o intuito de tornar esta trágica situação um pouco menos trágica, descasquei-me a rir.
Mas a diante que este pormenor valeu-me um longo amuo e uma mensagem não tão agradável quanto o amuo.
Já não sei bem como, pouco depois de todo este incidente estávamos todos sentados numa mesa do jardim com os espécimes numa sessão de desculpas e apertos de mão. A prática de tréguas com idiotas torna-nos ainda mais idiotas, apesar (e falando só por mim agora) de eu ter encarado a situação como um teste à minha coerência inter-pessoal.
De qualquer forma, e muito sinceramente nem sei o que terá sido pior. Provavelmente foi ter descoberto que o meu namorado era, na verdade, homossexual (agora ex-namorado, obviamente) ou até vir um dia a acordar com o Steven Seagal deitado ao meu lado na cama. Todo nu. Horror.

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