segunda-feira, 28 de setembro de 2009

2012: hoax ou realidade?

Bom. Toda esta treta começou após a leitura completa do calendário maia da Contagem Longa. Mas antes de mergulhar a fundo no tema deste post vou passar a explicar, aos menos entendidos, quem foram os maias e o tipo de calendários usados por esta avançada civilização e seu funcionamento e propósito, para a criação de uma linha de raciocínio.

A civilização maia foi uma cultura mesoamericana que viveu onde hoje se situa a península de Iucatão (que se situa no extremo sudeste do México e abrange ainda Belize e o norte da Guatemala) há mais de 3.000 anos. Tiveram o seu apogeu no inicio da Era Clássica (200d.C.) e entraram em decadência por volta de 700 d.C. Prováveis guerras, epidemias e factores ambientais podem ter levado ao abandono da maioria das grandes cidades bem como à fuga para as densas florestas. Existem ainda evidências de possíveis revoltas sociais e ainda guerras entre cidades vizinhas. (nota: em caso de interesse aconselho vivamente o filme Apocalypto de Mel Gibson que retrata minuciosamente a decadência maia com um rigor histórico fenomenal. E é também um filmezorro do caraças.) Já em 1300-1400 d.C os maias sofreram uma redução de território devido á expansão e conquista por parte dos Astecas. E por volta de 1500 d.C. a civilização maia acabou por ser destruída pelo império espanhol, durante as conquistas dos descobrimentos.

Os maias foram, entre outras coisas, excelentes matemáticos e astrónomos. Excelentes ao ponto de serem os mais avançados a este nível na altura em que viveram e chegando também ao cúmulo de em certos aspectos destas áreas serem mais avançados que nós, Homem actual.

Os maias desenvolveram o conceito de zero e usavam um sistema de numeração de base 20. Anotaram observações astronómicas extremamente precisas e criaram diagramas dos movimentos da lua e dos planetas superiores aos de qualquer outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos ópticos. O sistema de calendários maia é completamente correcto e preciso e bastante superior ao calendário Gregoriano (calendário ocidental actual).

Existem vários tipos de calendários e almanaques maias. Estes calendários podem ser sincronizados e interligados, criando várias combinações que dão origem a ciclos posteriores, mais extensos. Estes calendários não só mediam os anos solares e mostravam as fases lunares como o nosso, como também mediam o tempo, distâncias, registavam acontecimentos astronómicos e ainda rotas de outros corpos celestes de relevância do sistema solar (um dos exemplos mais conhecidos é o calendário de Vénus com um ciclo de 584 dias). Ou seja, a lógica destes calendários está muito para além da lógica do nosso calendário ocidental actual: os calendários maia são um conjunto de combinações e interligações entre o tempo e o espaço, entre a matemática e a astronomia e ainda entre a lógica e o raciocínio.

O calendário mais importante é o tzolk'in. O tzolk'in é um calendário de 260 dias que combina vinte nomes de dias com os treze meses do ciclo para produzir 260 dias únicos. 13x20=260. Este calendário era usado maioritariamente para determinar o momento de eventos religiosos e cerimoniais e para divinação. Há também quem alegue que era usado para o registo das colheitas e até do período de gestação humana.
Por ordem de relevância temos seguidamente o Haab'. Este calendário era o calendário solar maia de 365 dias: dezoito meses, cada mês tinha vinte dias e havia ainda um período de cinco ou quatro dias sem nome no fim do ano conhecidos como Wayeb que variavam quando o ano era bissexto ou não.
Nem o calendário Tzolk'in nem o Haab' numeram os anos. É necessário interliga-los para se determinar e identificar uma data. Estes dois calendários eram baseados em 260 e 365 dias respectivamente e o ciclo completo repete-se exactamente a cada 52 anos Haab'.
Desta forma os maias procuraram criar um calendário que pudesse registar datas, acontecimentos e ciclos durante mais tempo e foi então que criaram o calendário de Contagem Longa que deu origem a um ciclo de aproximadamente 5.125 anos solares.
No calendário de Contagem Longa os eventos podem ser registados e relacionados linearmente uns aos outros. Em teoria, este sistema pode ser estendido para delinear qualquer extensão de tempo desejado.
De acordo com este calendário, durante o nosso ano de 2012, os planetas e o sol do solstício vão-se alinhar com o centro da nossa galáxia. É um raro alinhamento cósmico que se pensa acontecer uma vez a cada 640.000 anos. Ainda atendendo a este calendário, o quinto e actual ciclo acaba na data 13.0.0.0.0 que corresponde a 21 ou 23 de Dezembro de 2012 dos nossos dias. O fim de um ciclo na cultura maia é como que um processo de renovação natural onde tudo é destruído e gerado de novo.
Acreditando ou não na profecia do fim do quinto ciclo, um fenómeno astronómico destes pode, na verdade, causar turbulências no movimento de precessão do planeta Terra e provocar desastres e cataclismos naturais capazes de devastar a humanidade. E também não sei como subestimar a precisão astronómica desta civilização sabendo que os maias chegaram a prever o eclipse total no México de 11 de Novembro de 1991, quase 3.000 anos depois.

De qualquer forma, e atendendo ao site da NASA, toda a treta de 2012 não passa de um hoax assustador que foi criado apenas para assustar as mentes mais susceptíveis e possibilitar a realização de um filme apocalíptico asqueroso qualquer e enriquecer não sei quem. E eu acredito neles porque usam batas e têm telescópios gigantes. Na verdade 2012 é um hoax de tal magnitude que em 2011 passamos directamente para 2013.

1 comentário:

  1. passamos de 2011 pa 2013? --'

    eu tb acredito nos srs de bata, mas nao sei nao... >:/

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