quinta-feira, 3 de maio de 2012

(...) E depois há os arrogantes.

arrogância 
s. f.
1. Sobranceria menosprezadora.
2. Altivez que deixa ver o pouco caso que se faz do adversário.
3. Insolência.


A arrogância é muitas vezes vista como sinonima de altivez, insolência, sobranceria, e por aí fora. Acontece que cada uma destas palavras tem as suas particularidades e é usada de acordo com a ênfase pretendida, podendo, estas palavras, ser usadas, inclusive, na mesma frase, na descrição de um único sujeito. Isto acontece exclusivamente com adjectivos. Não se vê o mesmo acontecer com verbos sinónimos, tais como acabar, concluir e terminar... Ninguém diz que concluiu e terminou o trabalho. Mas todos dizem que o João é insolente, altivo, arrogante e audaz. Uma discrepância linguística, na minha opinião.


Os sinónimos são-no, por serem palavras com conotações tão abrangentes e parecidas, mas não iguais. Geralmente vamos buscar o que nos soa melhor, ou que melhor caracteriza as nossas necessidades semânticas. De qualquer forma, não tenho nada contra as definições de audaz, altivo, insolente e por aí fora. No entanto, penso que a confusão de definições entre todos estes adjectivos foi precisamente a possibilidade da sua mistura desproporcionada na frase, em prol da qualificação do sujeito. Ainda assim, é bonito de se ver. Uma frase repleta de belos adjectivos. Ninguém desgosta. 


O arrogante, por outro lado, é um adjectivo incompreendido. E pior, é um sujeito condenável. Mas, o que é afinal um arrogante? Com toda a minha humildade respondo: a arrogância não passa de falta de paciência para a estupidez e mediocridade alheia.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Indagações

Porque é que todos os gajos são uma grandessíssima merda? Tipo uma merda daquelas, de boi ou até mesmo de dinossauro, vá, mas dos grandes. Uma tal poia fedorenta capaz de agoniar qualquer ser vivo num raio de vinte metros; porquê? E eis que me indago com tal questão de importância vital para o universo (pelo menos para o meu): porque é que AQUELE MONTE DE MERDA (vulgo, criaturazinha nojenta) não me deixa em paz? For fucks sake, eu já percebi (não, não é necessário doutoramento em psicologia, nem possuir um quociente de inteligência superior a 120) que não sou mais do que a tua bengala afectiva, pára de mentir e larga-me a braguilha. 

Come uns chocs, vê um porn movie no relax, martiriza o teu cerebrozinho com todos os porquês de a tua querida não te querer, faz como bem entenderes. Não tenho paciência nem disponibilidade para tapar buracos afectivos.

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sábado, 11 de setembro de 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

Secrets of Elmore


           

It was very cold in that early winter evening, there in the icy lands of northen Elmore. Worth to the inhabitants their trade skills, wich whitout, there would be no livestock or crops that could sustain them. Hard workers and warriors were them, that kept their faith even in the darkest of times.
The southern gate of the village lead to the mysterious Srip Mine, where I was firstly introduced to the newbie helper and Foreman Laferon, whom encouraged me to train and learn how to fight on the gremlin creatures. And so my journey begun.
Much time I spent hunting evil animals and creatures in the weastern and eastern mining zone, following those evil and meandering roads swallowed by pine trees, furrowed by ice and worn my cruel rains and flurries. The air almost cut the skin how cold it was, despite no wind can be felt. The crystal clear water of the rivers had ice taste and made teeth hurt. It was an hard and beautiful place at the same time. I remeber contemplating the landscape dotted in white, dressed in snow, peacefull, and even majestic.
Soon enough I found myself hunting in the pleasant plains of Dion, fighting in the sad black tones like coal of Execution Grounds, wandering in the quiet corridors of Branded Catacomb and Apostate.
By this time I found a nice portuguese clan I wanted to join. They were all very nice people and new in this world, just like me. They helped and teached me a lot. It's funny to think how easy it was to gather adena to buy all my sets and weapons till B grade. In comparison, A grade was a pain, and the farming parties with my clan were a blessing for me in this matter, as we used to spend a lot of time on fortress sieges, for example. Togheter we made amazing achievements.
I was getting more addicted to this new world everyday, till it started messing with my own world. I really stoped to do things I had to do just to play. The roleplay feeling was increasing.
And one day an alliance was created. And this is where our story beggins. Where I meet him.
The sunset was falling in shades of orange, ocher, gray and magenta behind the Ivory Fortress. The battle was about to begin when i first saw him and his clan. They were so shiny... they were like all in s80, and most of us in B grade and a few in A grade.
He noticed i was a girl and started flirting with me. The sky became black as pitch, while torches and bonfires blazed in the distance. The night fell and swallowed Ivory Fortress as the battle started, groping the darkness.
At the end of the territory war I walked with him. I inspired the night air, feeling the smell of damp earth, rotting leaves and pine trees. The sudden interest of a Marquis for a free knight aroused my calculating mind, typically feminine. I can not deny that my mind was crossed by every possible way to profit from this situation. Anyway, it matters little, since I've succumbed to his voice, his eyes, his mouth, when we started knowing each other better.
Days have passed and I found myself hunting the most evil creatures by his side in the deepest and darkest salons of the labyrinthic Imperial Tomb, slicing giants with my blunt in the lower levels of Giant's Cave, ambushing the strongest of orcs in the grey Crypts of Disgrace. He and his clan helped me a lot evolving and aquiring gear items.
And the day arrived. It was a very pleasant morning at the Innadril beaches. The White Sands Fortress had just been conquered by my clan with the alliance's help. In the almost cloudless sky, the Dawn moon shone and we could still see some sprinkled stars in the turquoise blue cloak. He came to me and there we remain the two of us, sitting in the roots of a stately palm tree. Without realizing it, words of love flowed from our mouths, feelings were exposed, and intimacy revealed. My two worlds had collided and I didn't know what to do. I did not know where the fantasy began, and where reality ended. I totally lost control of my emotions and let pierce the line that used to define the beginning and the end of the virtual world.
This would have been a good time to get away from this utopia, and God knows I tried. But even when not in the Lineage World, my heart was stuck to him and my mind couldn't think about anything else besides him.
I'll never forget the moment when he summoned me inside the Rainbow Springs Chateau to clearly open his heart to me, as my own heart started beating up faster just by hearing his words. The sweet and pacific colours of the end of evening reflecting the clan hall were totally coordenated to the moment, as the smooth waterfalls sang love notes and the ice crystals sparkled and whispered tinkles.
A love and a curse were born at the same time in the lands of Aden, consuming my soul and plaguing my mind.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A última Carta

Para Shelomoh,

 Se outrora fosse, outrora teria trocado toda a minha Sabá pela tua sabedoria, pelo teu conhecimento, pela tua justiça. Se outrora fosse, outrora ter-me-ia eu perdido em contos, em histórias, em feitos teus. Outrora teria eu cobiçado a tua astúcia. 
 Outrora já não é mais, e de ti resta-me apenas um filho no ventre, o meu mukarrib, que reinará toda a Sabá quando tiver idade. Todos os meus desejos, cobiças, perdições relativamente a ti se fizeram em pó e cinzas quando realmente te conheci.  
 Seis meses me levaram a que chegassem a ti os mais belos tecidos de todas as Índias, o ouro e as pedras preciosas mais brilhantes do profundo leste das Áfricas, os mais doces perfumes de todo o Egipto, as mais variadas especiarias de todo o mundo, as madeiras mais raras e as peles dos animais mais extravagantes da China. Servos, e camelos, e elefantes carregaram todo este enorme séquito durante meses. Levei-te eu, além de tudo isto, questões e enigmas, e tudo o que tinha no meu coração. 
 Respondeste a todas as questões, esclareceste todas as charadas que te coloquei, mostraste-me a grande casa que edificaras, as iguarias da tua mesa, o assentar dos teus servos, o estar dos teus criados, e as vestes deles; e os teus copeiros e as vestes deles; e a tua subida pela qual chegaras à casa do do teu Senhor.
 Eu que cri em tais palavras, até que vim, e meus olhos o viram por si, e eis que não me haviam dito a metade da grandeza da tua fama.
 Foi então que me seduzistes sem me revelar o teu harém de setecentas mulheres e trezentas concubinas, que aos olhos dos teus, tais mulheres te perverteram o coração e o teu coração deixou de ser perfeito para com o teu Senhor teu Deus, como o coração de Daud, teu pai.
 Regressei a Ma'rib desfeita, rezei ao meu Almaqah todas as noites para que me ajudasse a esquecer-te. Três vezes foram as que viajei a Axum para supervisionar as construções do novo Maharam, três meses foram de silêncio teu. Porque me escreves agora que te é conveniente e de tua necessidade? Por quem me tomas Shelomoh? Mais depressa venderia todo o meu khumus, mais depressa mataria meu malik
 Só pensas em ti próprio Shelomoh. Só queres saber de ti e das tuas propriedades. Só queres saber de ti e das tuas necessidades. Os que te rodeiam não passam de meios para obteres o que queres. Quando aí estive contaste-me que o valor de alguém é o que essa pessoa tem e possui. Pois pergunto-te agora Shelomoh, será o valor de alguém o que essa pessoa ganha ou o que dá? O valor de alguém é o que ela faz, e não o que ela tem, e não se pode ver com o olhar daqui, mas com o céu no olhar. 
 Qual será o pássaro com mais valor? O que está lá no alto da imponente árvore ou o que está aqui pousado na raiz? Em que é que diferem um do outro? Como vês, o valor de alguém não é a riqueza que tem... não se pode ver com o olhar daqui, mas com o céu no olhar. 
                                        Bilqis                    

domingo, 31 de janeiro de 2010

Tertúlias e seus derivados

Estava eu a alimentar as minhas corydoras quando me deixou de apetecer ir almoçar ao Aya, nas Twin Towers, com a minha mãe e as amigas. Não é que não adore sushi, ou a companhia das senhoras, mas hoje dispenso uma dor de barriga capaz de me comprometer a tarde, e por isso, convém-me um cuidado extra com os meus helicópteros
Não sei o que adoro mais, se os meus helicópteros, se esta moca matinal de cipralex. De qualquer forma, pouco importa, já que me tenho sucumbida aos dois. Que sorte desgraçada a minha...!
Não sei com que tipo de ênfase este pequeno excerto de devaneio se está a escrever, mas, a parte que me toca, está a ser entendida com uma certa alegria. Assim sendo, é do meu interesse frisar que de helicópteros se entende uma querida e fofinha alcunha que decidi oferecer, com todo o amor e carinho, às helicobacter pylori que me tornaram o estômago e duodeno num belo T8 de sonho com piscina interior, aquecimento central, vista para o mar, garagem com 10 lugares e um fabuloso pátio com jardim e lago. Uma doçura.
Bom, e já que a minha visão se focou novamente, e as cores passaram a ter, novamente, a sua verdadeira cor, parece-me que já é hora de retornar aos meus afazeres. Um bom dia.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Honra e Dignidade.

Semicerrei os olhos quando entrei na Tenda do Comandante. Estava negra como o breu, e os meus olhos teimavam em não se acostumar à escuridão. Lá fora, no acampamento, haviam imensas fogueiras e tochas, comparando com as noites anteriores. Era noite de festa. De vitória. Eu já tinha festejado o que me tinha sido permitido; agora, a armadura já se transformara em tenebroso penar. Removi a brunea aos puxões, impaciente, e, seguidamente, todo o resto da parte inferior da pesada armadura. Desprendi-me da cota de malha e deixei-me cair no macio e confortável colchão de penas. Saboreava agora a vitória à minha maneira. De olhos fechados, e em repouso, ouvia a ensurdecedora felicidade dos meus homens; que riam, saltavam, cantavam, gritavam salves ao nome de Nosso Rei. Coroado, ou não, Nosso Rei desde o falecimento de seu pai, Carlos VI de França. Abri os olhos com brusquidão, e vi o interior de toda a Tenda em meu redor. Acendi uma vela e olhei, instintivamente, o espelho que reflectia uma garota. Não mais que isso: uma simples garota com os seus dezassete anos, de cabelos oleosos escorridos pela cara, suja de terra, suor e sangue. Uma garota igual a todas essas, vítimas dos saques dos exércitos ingleses, borguinhões, portugueses e bretões que estão a acontecer pelo país. Como pode o homem ser tão cruel? Não sou homem, para poder responder.
Uns momentos depois de me ter lavado e trajado duma nova túnica de seda, entrou Pierre, da Guarda Real.
 - Com vossa licença, Comandante. É vontade do Delfim, a vossa presença na Tenda Real.
Assenti, e fui escoltada por Pierre e Remi até à Tenda Real. Acreditava que o assunto fosse uma felicitação, ou até condecoração por parte do Rei, pela minha quarta vitória em seu nome, mas, rapidamente percebi que se tratava de uma conclave quando entrei na Tenda Real e me deparei com todos os Comandantes dos vários exércitos da Aliança, e ainda os principais Senhores Feudais, vassalos do Rei de França.
Estava visto o rumo que tomaria aquela conclave, e era certo que não se chegaria a consenso nenhum. Dos onze comandantes dos onze reinos aliados de França, apenas três honravam os tratados que assinaram. Os restantes esperavam pagamentos, terras, títulos e sua fidelidade era incerta. Com os Senhores, o mesmo se passava. Aquela conclave seguiria um rumo centrado em vontades próprias e na cobiça, e não a favor do Reino. Eu tinha que por um travão antes que as cartas fossem jogadas. Quando fossem, nada haveria a fazer. O Rei estava praticamente sozinho, rodeado de rémoras e serpentes. A fidelidade da maioria dos presentes era de cristal quebradiço. Inspirei fundo o silêncio cortante, e sentei-me à esquerda do Rei. Pobre Carlos, que mais ingénuo era ainda, que minha irmã Catherine.
 - Joana, até que enfim que chegastes! - atirou-me o Rei, - Estávamos à vossa espera para discutir as novas manobras. - limpou as gotas de suor que se lhe formavam na testa e prosseguiu. - Sir Aramis sugeriu aproveitar, agora que o inimigo esta fraco, para o empurrar para norte e reconquistar mais algumas terras. - Concluiu, num um gesto que passava a palavra a Sir Aramis.
 - Temos um total de dez mil homens aqui acampados, e mais dois mil ao comando dos capitães La Hire e Jean Ponto de Xaitrailles a dois dias daqui. Recebemos uma ave de Jean Ponto a confirmar a vitória sob o exército inglês. - Sir Aramis afiou o bigode num gesto pretensioso e continuou, - O inimigo está fraco e desmoralizado, soube de fonte segura que temem o Exército Real e a Feiticeira que o comanda - olhou-me e riu. Revirei os olhos. - Senhores, não esperemos. Cerquemos o inimigo! Delfim, tomais-lhes as terras e os feudos para vossos Senhores Vassalos e Aliados, em forma de agradecimento e honrarias. - disse, sorrindo ao Rei, e fazendo falsa vénia.
Levantou-se um burburinho em torno da mesa, mas em uníssono, em concordância. Nada mais me fazia doer o coração que tamanha falta de honra e de dignidade.
 - Senhor meu Rei, se me permitis? - levantei-me, e perguntei. Fez-se silêncio.
 - Joana d'Arc. - disse o Rei, fazendo sinal para que eu falasse.
 - Meu Rei, o inimigo está desmoralizado e disperso, é certo, mas tão pouco, fraco. Não são os exércitos bretões ou borguinhões que devemos temer, mas sim os exércitos ingleses. Cercar o inimigo agora, que está tão disperso, seria o nosso fim, o inimigo unificar-se-ia, e cairia sobre nós um exercito tão implacável que derrubaria toda a França. Temos aqui quase dez mil homens, é certo. Mas não vos esqueceis, meus senhores, que os melhores cavaleiros de todo o nosso exercito se encontram a dois dias de distância, e não aqui. Não vos esqueceis que em dez mil homens, temos apenas quatro mil cavaleiros. E, não podemos perder tempo agora com batalhas. Temos algo mais importante e urgente a fazer, enquanto o inimigo perde tempo a reorganizar-se e a mover o exército.
 - Ireis ouvir as baboseiras de uma mulher?! - cuspiu Sir Aramis.
 - Ouvi as baboseiras de quem quiserdes, então, já que foi esta mulher quem decidiu as estratégias militares que conduziram estes exércitos à vitória nas últimas quatro batalhas. - Ripostei.
Sir Aramis, Comandante do exército de Castela, olhou-me incrédulo, de alto a baixo. Ao que parece o Senhor meu Rei não teria partilhado com os seus Senhores e Aliados as origens das estratégias militares.
 - Joana d'Arc, além de estar no comando de todo o exército francês... está também no comando de toda a Aliança. - clarificou o Rei.
 Todos se entre-olharam, perplexos e assustados com a ideia de terem uma mulher como Comandante-Mor e Estratega. Deixei escapar um sorriso de divertimento, sem querer, e prossegui:
 - Deve-mo-nos lembrar de que servimos um Rei e um Reino, e não a nós mesmos. E, por isso mesmo, a próxima manobra é coroar o Delfim. Marcharemos para Reims à alvorada.
O Rei olhou-me estupefacto.
 - Perdestes o juízo, mulher?! Não quereis entrar em guerra, então como pensais ir até Reims?! - gritou Sir Aramis, vermelho de ira.
 - A cavalo, Comandante. - disse eu, calmamente, num tom doce e feminino.
Explodiram gargalhadas em torno da mesa. Sir Aramis ficou roxo e a tremer de fúria.
 - Que fareis então, mulher? Ameaçareis o inimigo para que nos deixe passar? Cercareis? Aonde é que difere esse plano do meu?! - berrou Sir Aramis.
 - Não cercarei coisa nenhuma Sir Aramis, não sabeis ler mapas?! Não há qualquer hipótese de cerco, cercados estaremos nós!, E se atacarmos o inimigo em várias frentes, estaremos a fazer divisões perigosíssimas no nosso exército, e o dele unificar-se-á, já lho disse. Deixai de ser embirrento! - gritei enquanto virava o mapa de França na sua direcção. Já estava a perder a calma, quando Sir Aramis, finalmente, se pôs no seu lugar, e se sentou.
 - Partiremos de manhã para Gien. Atravessaremos Saint Fargeau, Mézilles, Auxerre, Saint Florentin e Saint Paul. Tereis que ser rápidos, porque Henrique V de Inglaterra não tardará a enviar novos exércitos. Aproveitaremos a insegurança e a falta de moral dos exércitos dispersos e dos Senhores Feudais. Compraremos e negociaremos a nossa passagem pelas suas terras. - afirmei. - Não será difícil. Tais Senhores nada devem a Inglaterra... ou a França. Homens sem honra, são eles, que vivem para a fortuna, ambição e avidez.
 - Bom... ouvistes... o Comandante! De manhã levantaremos o acampamento e marcharemos para Riem. - disse o Rei de França.
Comandantes e Senhores apressaram-se a sair da Tenda Real. Pierre e Remi vieram na minha direcção para me escoltar de volta, e em segurança, aos meus aposentos.
 - Mesmo que não pretendesse escoltas não importaria, não é? Parece que não tenho escolha. - disse eu.
 - Parece que não. - respondeu o velho Pierre, com um sorriso.
 - Gostaria de ver esta escolta em campo de batalha, onde teria uso e razão de ser, não aqui! - brinquei.
 - Se tivésseis nascido homem... Honra e dignidade não vos falta, sois astuta, inteligente e sensata. Brandis a espada, e montais melhor que a maioria dos cavaleiros... mas sois mulher... - disse Pierre, abismado com o que dizia.
 - Tendes uma ideia muito errada sobre as mulheres, cavaleiro. - Confrontei-o eu, por fim.
 - Vós sois diferente das outras mulheres... as outras mulheres não sabem brandir espadas, nem montar cavalos! - riu Pierre.
 - Enganais-vos. Imaginai se a todas as mulheres fosse dada a autorização de usar armadura, montar a cavalo e brandir uma espada, tal como me foi dada a mim. - disse eu com um sorriso amável. - As mulheres não sabem, e não o fazem, porque não têm autorização para o fazer. Porque, se o fizessem, seriam condenadas e mortas.
Pierre olhou-me abismado e confuso. Estava a juntar peças na sua cabeça, e a tirar conclusões do que eu acabara de dizer... e ainda bem.
 - Boa noite Pierre. Remi. - disse eu, e entrei na Tenda do Comandante.